A conquista de Portucale em 868 por Vímara Peres, guerreiro de Afonso III, de Leão, é aqui considerado o acontecimento mais antigo da História da cidade do Porto. A partir desta altura a sua importância aumenta, uma vez que se torna o centro do movimento de reconquista e de aglutinação das terras circundantes, as quais, em meados do séc. X, passam a constituir a província portugalensis, cujos habitantes logo se dá o nome de portugalenses, e entre os quais começam a surgir as primeiras e vagas manifestações de sentimento nacional. Portucale, foi, por isso, na verdade, quem deu nome e origem à Nação Portuguesa! Em 1120, a Rainha D. Teresa, viúva do conde D. Henrique, faz carta de doação e couto do burgo do Porto a D. Hugo e a seus sucessores Em 1147 entraram no Douro os Cruzados nórdicos que faziam parte da Segunda Cruzada à Terra Santa e é o Bispo do Porto D. Pedro Pitões quem lhes prega no Crasto de Portucale, no alto do monte, em frente da Sé, um eloquente sermão, exortando-os a irem auxiliar D. Afonso Henrique na conquista de Lisboa; depois o Bispo Portugalense acompanha a armada e toma parte na bélica empresa. Cresce em população e importância económica, e os burgueses envolvem-se em questões e em lutas com os seus Bispos, aos quais, aliás, o Burgo devia, mas de cuja subordinação temporal os revoltosos ansiavam libertar-se. Não raro o Rei serviu de medianeiro entre as partes desavindas, sendo D. João I quem, ao cabo de dois séculos, faz terminar essas contendas, consentindo em comprar aos Bispos do Porto o direito à jurisdição temporal que estes diziam ter sobre o Burgo e respectivos coutos. A Mui Nobre Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto prestaria grandes serviços ao mesmo Mestre de Avis, que se apresentava como Regedor e Defensor de Portugal contra os Castelhanos, na crise de 1383-1385. Segue-se o Ciclo das Conquistas e Descobrimentos Ultramarinos. Da mesma forma que do norte do país tinham saído os guerreiros que conquistaram o sul aos Mouros, também do Norte, onde nasceu o portuense Infante D. Henrique e tantos navegadores, partiu um decisivo impulso para as grandes navegações marítimas. O Porto, no séc. XV, era uma das cidades onde mais navios se fabricavam e donde mais marinheiros saíram. Mas nem só o comércio e as navegações interessavam aos burgueses do Porto. Também entre eles houve muitos e excelentes cultores das Belas-Artes que honraram a cultura nacional, desde, segundo é fama, o Vasco de Lobeira, do Amadis de Gaula, até aos poetas do Cancioneiro de Garcia de Resende como Diogo Brandão e Fernão Brandão, ou ao celebrado Pero Vaz de Caminha, autor insigne da Carta do Achamento do Brasil, mundialmente conhecida e admirada. Quando, após o cativeiro filipino, Portugal recupera a independência, o Porto assume entusiasticamente um papel de relevo nas lutas da Restauração e sustenta à sua custa um Terço de Tropas. Pela Pátria, o Porto solta em 1808 o grupo de revolta contra Junot e sofre em 1809 todo o peso da invasão de Soult, bem como as suas trágicas consequências. Mas nem tudo são guerras na História do Porto. No século XVII, o Porto conhece um importante crescimento relacionado com o comércio do Vinho do Porto. A assinatura do Tratado de Methuen (1703) favorece a exportação de vinhos para a Grã-Bretanha, dando origem à criação da Real Companhia da Agricultura dos Vinhos do Alto Douro. Com o incremento do comércio, aumentaram as colónias de ingleses e outros europeus, exercendo a primeira grande influência na cidade. O esplendor do Barroco de Nasoni, tão divulgado no Norte, deixa em muitos edíficios da cidade a marca da prosperidade. Na segunda metade do séc. XVIII a Cidade, que se enriquecera extraordinariamente, cresceu, monumentalizou-se, modernizou-se graças aos Almadas: João de Almada e Melo, que deu início (1761) à urbanização geométrica de inspiração pombalina do velho burgo portuense, abrindo a Rua de Santa Catarina e Francisco de Almada e Mendonça que Reparou e rectificou quase todas as ruas da Cidade Invicta, melhorou todas as suas entradas, construiu praças e ergueu edifícios grandiosos, abrindo para o Porto uma era urbanística. No séc. XIX o Porto deu à Nação poetas como Garrett e criou escultores da grandeza de Soares dos Reis. Outro período da história urbana do Porto ocorre no século XIX em consonância com a revolução Industrial. Instalaram-se fábricas, construíram-se bairros burgueses e operários e abriram-se avenidas. O Porto tornou-se uma cidade mercantil e industrial, sendo o principal centro na freguesia de Massarelos. Neste lugar, que começou por ser um centro produtor de sal no século XIII, instalaram-se fundições, moagens e o primeiro centro térmico da cidade. Em 1855 foi inaugurada a iluminação pública e o cemitério de Agramonte. Em 1865 foi inaugurado o Palácio de Cristal, concebido para acolher a grande Exposição Internacional do Porto, organizada pela então Associação Industrial Portuense. O desenvolvimento de uma cidade não se faz sem transportes e o Douro era um obstáculo difícil que só foi decididamente ultrapassado com o progresso técnico do século XIX. Depois da Ponte das Barcas (1806) e da Ponte Pênsil (1842), em 1877 foi erguida a Ponte Dona Maria, da autoria de Gustave Eiffel, que leva o comboio de Vila Nova de Gaia até Campanhã. Em 1886 é inaugurada a Ponte D. Luís, projectada por Téophile Seyrig. Em 1963 foi aberta ao trânsito a Ponte Arrábida e, finalmente, em 1992, Edgar Cardoso termina a construção da Ponte de S. João, que vai substituir a ponte Dona Maria na sua ligação ferroviária com o Porto. No início do século XX, o estabelecimento do Porto marítimo em Leixões, Matosinhos determinou o abandono do Porto fluvial. Do ponto de vista comercial e de serviços, o Porto apresenta uma grande diversidade. O desenvolvimento económico arrastou as áreas periféricas que registam grande crescimento populacional, tendo uma importante área suburbana. Claro, que na base de todas as acções está o Povo, cujos nomes não ficaram na História, mas que trabalhou, sofreu, e se sacrificou e muitas vezes deu a sua vida para que a Cidade e a Pátria fossem Gloriosas... Hoje em dia, a cidade do Porto recebe mais de um milhão de turistas por ano, tendo-se tornado numa das cidades mais visitadas da Europa. Foi capital europeia da cultura em 2001 (Porto 2001) e acolheu vários jogos do Campeonato Europeu de Futebol de 2004, nomeadamente o jogo de abertura. A cidade do Porto é um dos destinos turísticos mais antigos da Europa e um destino de eleição de muitos turistas e visitantes. A riqueza do seu património monumental e artístico, as caves do Vinho do Porto, os vastos espaços dedicados ao lazer e a vida cultural, são apenas alguns dos motivos que convidam a visitar o Porto!